A Dimensão Terapêutica da Dança

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A dimensão terapêutica da dança, também designada entre outras expressões por dançoterapia,

dança para populações especiais ou dança e inclusão, abrange todo o trabalho terapêutico que utiliza a dança como um meio para atingir as suas finalidades de reorganização psicossomática, de reeducação psicomotora, de reequilíbrio emocional e psicológico. A população-alvo são essencialmente as pessoas portadoras de deficiência, as com dificuldades de aprendizagens cognitivas e todas as que independentemente do seu quadro clínico podem utilizar a dança como um meio terapêutico. As instituições do ensino especial ou os estabelecimentos hospitalares são exemplos de instituições onde alguns projetos terapêuticos podem incluir a dança na programação das suas atividades.

Normalmente inserida na terapia pelas artes, em experiências realizadas particularmente nos Estados Unidos, com a música (musicoterapia) ou as artes plásticas, a dança associou-se a este movimento que se expandiu a partir do continente americano um pouco para todo o mundo com resultados que passaram de promissores a positivamente comprovados. As intervenções que utilizaram a dança com uma finalidade terapêutica foram testadas em vários estudos, comparando nomeadamente com algumas atividades desportivas, tendo mesmo demonstrado alguma vantagem relativamente a estas. Os resultados foram particularmente positivos quando os distúrbios psicológicos eram ligeiros.

Apesar desses estudos, a potencialidade terapêutica está ainda por explorar e têm de ser desenhados programas de dança adequados a cada tipo de deficiência, a cada grupo, a cada pessoa. Tal como nas escolas não basta levar lá os artistas, têm de ser os professores a fazer os programas e escolher da dança aquilo que pode ser uma mais valia para os seus alunos, ou seja, separar de forma consciente e coerente o que é do artístico e vocacional, do que é educativo e genérico. Também nas instituições de cariz terapêutico, têm de ser os terapeutas a perceber em que sentido a dança (com as suas técnicas corporais e a sua multiplicidade de géneros e estilos) pode ser uma mais valia para as pessoas que estão ao seu cuidado e escolher o melhor que a dança pode ter para cumprir a finalidade terapêutica pretendida.